onkeydown='return validateKey(event)'> expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

domingo, 25 de maio de 2014

Ana Mãos de Tesoura #SQN

Olá bonitas!

Então, uma das coisas que me preocupava antes de vir morar aqui era com o meu cabelo. Tudo bem que eu sempre fui meio independente em relação a alguns cuidados que tenho comigo mesma, como por exemplo, eu faço as minhas unhas, hidrato o cabelo, retoco a raiz, faço depilação, esfoliação de pele e já fiz até cauterização nas minhas madeixas, tudo em casa, mas cortar já é mais complicado. Antes de viajar pro Egito eu fiz luzes, o que deixou meu cabelo bem fragilizado, além disso, durante todo o tempo em que estive lá praticamente não dei trégua, era chapinha o tempo todo, até por uma questão de praticidade, embora eu soubesse que isso iria detonar ainda mais os meus fios. Depois que cheguei em Riyadh foi que tive mais tempo pra voltar com os cuidados, porém constatei o óbvio: pontas duplas precisando de muitos cuidados e de tesoura. Foi aí que decidi cortar. Mas e o medo de entregar meus fios pra alguém e essa pessoa fazer besteira, cortar demais ou cortar de um jeito que eu não goste, enfim...surgiu o dilema: arriscar ir em um salão e talvez não gostar ou arriscar cortar sozinha e talvez ferrar com meu cabelo. Assisti vários vídeos no Youtube e resolvi arriscar em casa. Primeiro cortei a franja, que era algo que já fazia antes e depois cortei as pontas, sem diminuir no tamanho, que era o meu objetivo principal, pois pretendo deixar meu cabelo crescer. O corte das pontas não tirou tudo que precisava, mas isso eu vou fazendo aos poucos. Resultado: Gostei, dá pro gasto! Kkkkkk...E mais, fiquei feliz em perceber que posso me virar bem sozinha, isso é ótimo, vai me deixar mais livre pra cortar na hora que achar necessário sem precisar arriscar com alguém que não conheço e ainda vou economizar tempo e dinheiro.
Pensam que é fácil ser esposa, dona de casa e ainda ficar lindaaa nas Arábias?! Hahaha



Eu sei que talvez olhando assim parece que está a mesma coisa, mas não está. O corte das pontas, além de tirar o que estava ruim realçou as camadas e a franja que estava maior agora está no comprimento que eu gosto.

Espero que vcs tenham gostado do resultado da minha traquinagem, hehehe...bjos

Arábia Saudita

Oi

No meu último post eu falei um pouco sobre os costumes árabes, agora eu vou falar especificamente sobre como as coisas são aqui na Arábia.
Eu tenho que confessar pra vcs que desde criança, quando alguém falava esse nome ARÁBIA SAUDITA eu sentia arrepios na espinha...sério! Porque se fala tanto e querendo ou não nós sempre acabamos sendo influenciados pelo que ouvimos. Vir morar aqui sequer jamais passou pela minha cabeça, mas como a vida é uma caixinha de surpresas, eis que aqui estou.


Então, vamos às informações:
-A Arábia Saudita é um país do Oriente Médio chamado oficialmente Reino da Arábia Saudita, cuja capital é a cidade de Ryiadh.
-O Reino é às vezes chamado de "A Terra das Duas Mesquitas Sagradas", em referência a Mecca e Medina, os dois lugares mais sagrados do Islã.
-A Arábia possui mais de 20% das reservas de petróleo do mundo, além de ser seu maior exportador global. O petróleo representa mais de 90% das exportações e quase 75% das receitas do governo.
-É uma monarquia absoluta, de forma que o rei não é apenas o chefe de estado, mas também do governo.
-Não há uma Constituição em vigor. O rei governa segundo a Sharia, a lei sagrada do Islamismo.
-Totalmente proibida a posse e uso de drogas, álcool, pornografia, armas e carne de porco.
-As mulheres aqui são proibidas de dirigir.
-Quem for reincidente em roubo tem a mão direita amputada.
-Em não encontrei os números, mas o índice de criminalidade aqui é muito baixo. Acredito que seja por conta das severas penalidades que são aplicadas contra quem age contra as leis do país.

Foto tirada ontem à noite quando chegamos em casa...os carros aqui passam a noite assim na rua e nada acontece!

-A sexta-feira aqui é igual ao domingo no Brasil.
-95% do território da Arábia Saudita é constituído de desertos.
-A população da Arábia Saudita em julho de 2013 era estimada em 26 939 583 pessoas, incluindo 5 576 076 estrangeiros.
-O CIA World Factbook estima que, em 2013, os estrangeiros que vivem na Arábia Saudita compunham cerca de 21% da população do país.
-Distância do Brasil: 10.860,7 Km ( a partir de Brasília).
-Existe a pena de morte no país.

Típica paisagem do deserto na Arábia Saudita

Isso foi o que eu consegui lembrar agora. É um país que tem seus pontos positivos e negativos como qualquer outro.Vou deixar pra vcs um vídeo muito interessante que mostra mais ou menos como é a vida aqui e como as pessoas imaginam que seja. Um abraço e até a próxima.

Costumes Árabes

Olá meus amigos...tudo bem com vcs?

Hoje eu vou falar um pouco sobre os costumes árabes. Eu andei lendo, fazendo umas pesquisas e também observando a vida por aqui, claro. Existe um ditado que diz: Em Roma, como os romanos. Ou seja, quando se está em terras estrangeiras é bom que se conheça sobre a cultura e os costumes, assim fica mais fácil a adaptação, além de não se correr o risco de cometer alguma gafe. Conhecer e adaptar-se às regras sociais indica respeito ao povo e sua cultura. 
A cultura da sociedade árabe é muito receptiva, forte e tradicional. Mundialmente conhecida e com costumes conservadores, o povo árabe não costuma expressar seus sentimentos pessoais. Problemas pessoais, seja entre amigos ou familiares, sempre serão mantidos longe de estranhos porque existe uma grande preocupação em não permitir que outras pessoas saibam o que se passa em suas vidas, bem como não se vê nas ruas de países árabes pessoas rindo em voz alta.

Eu vou tentar resumir pra vcs algumas das características desse povo:

PRIVACIDADE: Uma das características mais importantes da sociedade árabe, é visivelmente percebida através da construção civil , onde as casas e prédios costumam ser construídos com paredes bem largas, para proporcionar distância do barulho do trânsito. Uma das considerações mais importantes na construção de uma casa é a garantia de que seus moradores não verão os seus vizinhos, de nenhuma parte da casa, e vice-versa. Aqui na minha casa eu posso observar bem essa característica. Todos os quartos e a sala tem janelas, no entanto elas são um pouco mais altas do que estamos acostumados a ver no Brasil, além de também serem bem menores. Eu creio que elas sirvam mais como uma entrada de luz, pois se o seu objetivo for observar a rua, talvez vc não tenha muito sucesso. Da mesma forma, quem está fora não consegue ver o que se passa aqui dentro. 

CUMPRIMENTO AS MULHERES: Ao ser convidado à casa de um anfitrião árabe, e caso seja apresentado a uma mulher, não se deve beijá-la. Se ela estender a mão para cumprimentar, então a cumprimente, em outros casos, somente a cumprimente com palavras. Nunca comente a beleza da mulher de um árabe, seja ela esposa, irmã, filha ou funcionária. Isto não será visto como um elogio!

RECEBENDO CONVIDADOS: Receber um convidado é algo muito importante para um árabe, onde todas as honras da casa serão apresentadas. Ele questionará o tempo inteiro se o convidado está bem recepcionado (às vezes até de forma exagerada), e o servirá em quantidade além do normal. Existe uma preocupação grande em saber se o convidado está satisfeito.

DEVERES SOCIAIS: Na sociedade árabe, a família não se resume a pai, mãe e filhos. As responsabilidades sociais são exercidas por todos os demais membros, onde todos constroem uma união, que se mantém presente, em todos os momentos da vida familiar.

VESTIMENTAS: O estilo de suas vestimentas são, geralmente conservadoras. Embora as mulheres no Egito ou Jordânia possam vestir um hijab (uma espécie de lenço que cobre suas cabeças, mas não esconde o rosto), as árabes-sauditas costumam usar um niqab quando saem de casa. Esse lenço cobre a parte inferior do rosto, revelando apenas os olhos da mulher. Os homens usam uma mistura de trajes tradicionais e ocidentais. Alguns simplesmente vestem ternos ou camisa e calça jeans, enquanto outros usam togas e turbantes.




Abaixo um exemplo de Niqab. Aqui na Arábia a maioria das mulheres usam essa vestimenta. A única exceção são as estrangeiras, que usam apenas o hijab (mas já estive em muitos lugares, como supermercados e shoppings, onde elas não usam nem mesmo o hijab, apenas a abaya).
Niqab

Abaya com hijab


COMPORTAMENTO GERAL: Os árabes, em geral, valorizam a lealdade e a honra. Nos relacionamentos, é importante estabelecer confiança. Diferentemente da maioria ocidental, os árabes, geralmente, levam a amizade muito a sério. Eles somente consideram um seleto grupo de pessoas como "amigos", os demais são considerados conhecidos, amigos da família e agregados. Em comparação ao Ocidente, a interação masculina na cultura árabe é muito diferente. Algumas vezes, ao encontrar bons amigos, os homens se abraçam e trocam beijos no rosto. Na rua, eles podem andar de mãos dadas ou pôr a mão sobre o braço de outro homem. Esse comportamento não indica uma preferência homossexual.

HÁBITOS ALIMENTARES: Os hábitos alimentares muçulmanos estão presentes nas refeições árabes. Os árabes muçulmanos não ingerem carne de porco e não consomem bebidas alcoólicas. Os muçulmanos comem com a mão direita e mantêm a esquerda ao lado, uma vez que a consideram impura. Quando os árabes sentam no chão coberto de tapetes para compartilhar uma refeição, eles tomam cuidado para não apontar a sola de seus pés para outra pessoa, pois isso é considerado um grande insulto. 
Se você receber um convite para uma refeição árabe, é bom que vá de estômago vazio, pois o que lhe será servido certamente será farto. Serão vários pratos de variados sabores e recusar algum deles é uma ofensa para os anfitriões, que a interpretam como uma avaliação negativa de sua hospitalidade. O hóspede é tratado como uma pessoa da família e lhe será dispensado todo o conforto possível. É costume árabe servir primeiro os convidados e só depois a si mesmos.

Em muitos lugares ode estive, tanto no Egito quanto aqui a Arábia, a comida foi servida assim e eu confesso que acho legal, não é um problema pra mim. Sobre o que falam de comer com a mão, até hoje não vi ninguém comendo assim, no entanto, pelo que pude observar, eles preferem usar colher em vez de garfo para comer.
Mais algumas "dicas":
-Não sente com as pernas cruzadas, mostrando o solado do sapato para o árabe, isso é considerado um desrespeito a ele;
-Sempre agradeça a generosa hospitalidade que ele lhe ofereceu;
-Jamais fale de um árabe para outro árabe;
-Espere até que lhe ofereçam o café árabe, e mesmo que para você seja estranho beber um café que não foi coado, quebre seus paradigmas e experimente, e você verá que pode ser muito bom (e você pode acrescentar açúcar em sua xícara sem problemas), e não recuse os chás que também lhe serão oferecidos na sua chegada ou após as refeições;
-Conscientize-se de que a cultura árabe estará com um árabe, mesmo que ele tenha saído de seu país de origem, portanto, respeite suas vestimentas, tradições, costumes e cultura e mantenha um comportamento observador, mas não o comprometa com nenhuma atenção desnecessária, ou contenha-se para não cometer nenhuma gafe ou ofensa;
-Na cultura árabe as pessoas mais velhas são veneradas e respeitadas, não trate com indiferença ou desinteresse uma pessoa em virtude de sua avançada idade, isso seria totalmente desrespeitoso.


Só quero lembrar que toda regra tem suas exceções e com o mundo globalizado de hoje certamente que existem muitos árabes que não seguem esses hábitos ao pé da letra. Isso é apenas um apanhado geral de como costuma ser a vida aqui por essas bandas, mas mesmo sendo todos árabes, nem todos pensam  e agem exatamente igual. 

Bem, então é isso pessoal. Espero que tenham gostado. Um grande beijo e até a próxima.

domingo, 18 de maio de 2014

Mudar minha personalidade? Não, Obrigada!

Oiiiii

Vcs sabem quem sou eu? Hehehe


Hoje eu não quero me alongar muito. Só queria esclarecer que essa aí sou eu...simples assim! Essa era eu antes e essa continua sendo eu agora. Sim, eu sei...agora eu sou casada, agora eu moro do outro lado do mundo, meu marido é muçulmano, a cultura aqui é diferente e blá blá blá. Sim gente eu sei de tudo isso, mas pq eu deveria mudar a minha personalidade?! Em relação ao meu marido, ele me conheceu desse jeitinho aí, ele me amou desse jeitinho, então se ele quer ficar comigo, vai ser desse jeitinho aí (que aliás, pra mim, tá óóóóteeemo!). O amor é isso, amor de verdade é quando você aceita a pessoa do jeito que ela é e não tenta mudar nada. Eu jamais pediria qualquer coisa pra ele. Eu o amo e o aceito do jeito que ele é. Ele me ama e me aceita do jeito que eu sou. Claro que quando se está em um relacionamento, aqui, no Brasil ou na China, sempre há a necessidade de se fazer alguns ajustes aqui e ali. É a gente se adaptando à outra pessoa e ela se adaptando à gente, isso evita atritos desnecessários. São pequenos ajustes e concessões. Agora, mudar a minha personalidade, jamais! Sou menina, sou moleca, sou brincalhona, sou chata algumas vezes, sou estranha, amo meus amigos, adoro fotografia, adoro meu cabelo loiro e minhas unhas vermelhas...e ele também adooora. Quando eu posto alguma foto nova no Facebook, fazendo caras e bocas, ele é o primeiro a curtir e comentar. Mostro a minha cara e graças a Deus o Mohamed não tem a mente tão fechada igual eu vejo alguns por aí. Ele sabe muito bem quais são os meus limites e isso conta muitos pontos pra que a nossa relação continue no caminho certo da compreensão e do amor.
Eu estou falando isso porque muitas das meninas que se casam ou que tem um relacionamento com um árabe muçulmano a primeira coisa que faz é se converter a religião do bonito, mas elas fazem questão de deixar claro que se converteram por livre e espontânea pressão vontade, depois tiram todas as fotos em que aparecem do Facebook (porque o bonito é doente de ciúmes e não quer que ninguém veja a bonita, só ele, afinal a beleza feminina é tãooo preciosa que deve ser mostrada apenas ao marido...(hanram...sei!...me engana que eu gosto!), depois que a moça exclui todas as suas fotos é hora de seguir adiante e excluir todos os amigos homens...Imagina, você tem um amigo de 10 anos, aquele cara legal que estudou com você desde o Ensino Fundamental e de repente, por causa de um cara que acabou de entrar na sua vida, você vai lá e exclui o seu amigo...ahhh me poupe! Quem quiser fazer isso que faça, quem quiser se submeter a caprichos de homem se submeta, afinal somos todas livres e fazemos o que quisermos de nossas vidas, mas eu não faço isso. Eu não excluo ninguém, muito menos meus amigos, sejam eles homens, gays, hermafroditas ou seja lá o que for!
Eu respeito o meu marido e as crenças dele. Eu o amo muito, aliás, se não amasse não estaria aqui agora. Aliás, deixar o meu país, a minha família e os meus amigos e vir viver no mundo dele foi a maior prova de amor que ele poderia ter. Mais do que isso não posso oferecer. Mudar de casa, ok. Mudar quem eu sou, jamais!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Como tudo começou...

Então... foi mais ou menos assim:



Um belo dia de dezembro de 2011 eu abri meu Facebook e vi que tinha uma nova solicitação de amizade. Antes de aceitar eu fui no perfil do rapaz dar uma olhada pra decidir se aceitava ou não, hahahaha. Não tinha um critério específico pra minha decisão, era mais aquela coisa de ver se eu "ia com a cara da pessoa". Essa pessoa era o Mohamed, eu vi algumas fotos (bonito...hmmm) e vi alguns dos gostos dele, lembro que ele tinha compartilhado fotos do filme Titanic e eu gostava desse filme kkkkk. "Ok, vou aceitar, ele é bonito e eu gosto de gente bonita!"
Depois desse dia começamos a nos falar diariamente. Ele sempre entrava e vinha conversar comigo. Teve uma época que quando eu entrava não postava e nem comentava nada pra ele não perceber que eu estava lá e vir falar comigo. Má, eu sei! É que às vezes eu não queria conversar e eu tinha a impressão de que ele sempre ficava me esperando...se eu entrava e curtia alguma coisa, no mesmo instante subia a minha notificação de mensagem, eu abria e era ele: "Oi Ana!" Era até engraçado...
Uns três meses depois que nós começamos a conversar ele se declarou pra mim. Eu já sabia que ele gostava da minha pessoinha insuportável, mas eu preferia quando ele fingia que queria só a minha amizade. Eu não soube lidar bem com essa declaração dele. Nós começamos a ter algumas discussões por conta desse interesse dele.
O fato é que eu estava em um relacionamento e acreditava que tudo estava indo muito bem.
As declarações do Mohamed me incomodavam muito. Eu não queria ouvir e nem queria saber, mas ao mesmo tempo não conseguia pensar na possibilidade de abrir mão das conversas e da amizade que eu tinha com ele. E ele, por outro lado, sempre que tinha uma oportunidade deixava claro sobre o amor que sentia por mim. Era muito complicado. Eu magoei ele muitas vezes. Eu fiquei várias semanas sem falar com ele, eu era dura e até insensível, mas ele estava sempre lá me apoiando. Um dia eu percebi o quanto ele fazia diferença pra mim e o quanto ele realmente se importava comigo e nesse dia eu prometi pra mim mesma que jamais iria magoá-lo novamente, mesmo que ele falasse em amor todos os dias pra mim. Eu iria apenas tentar entender o lado dele.
Em 2012 eu descobri que a pessoa com quem eu estava me traia com uma biscatinha. Não teve choro e nem vela. Eu dei as contas!
E foi uma fase difícil, mas o Mohamed continuava lá comigo. Depois de algum tempo, ele me fazendo propostas e me pedindo em casamento, eu resolvi aceitar e ver no que iria dar.
O mais engraçado de tudo é que no momento em que eu disse SIM pro Mohamed, parece que tudo dentro de mim mudou. Eu não sei se talvez todo o cuidado dele já tinha mudado alguma coisa antes, mas enfim....
A nossa rotina mudou e era uma alegria pra mim sentir que ele esteve todo aquele tempo comigo, que nunca me magoou ou mentiu e que agora tínhamos planos de nos encontrar. Era uma delícia ir trabalhar e saber que apesar das seis horas de diferença de fuso horário, todos os dias quando eu chagava em casa, por volta de nove da noite, ele estava lá no Skype me esperando, mesmo aqui já sendo por volta de três da madrugada. Hoje eu fico admirada de como ele conseguia isso e ainda ia trabalhar no outro dia oito da manhã. Ele fez isso durante aproximadamente 1 ano. Eu morava sozinha em Brasília e ele só ia dormir depois que tinha certeza que eu estava em casa e bem.






É até engraçado imaginar que antes todas as fotos que tínhamos juntos eram assim...apenas prints do Skype e hoje, depois de toda a luta, que não foi fácil, estamos aqui, somos marido e mulher, ou melhor, marido e marida, como ele fala, hahahahaha.

No aniversário dele ano passado eu enchi o meu quarto de balões, comprei uma tortinha e cantei parabéns pra ele, aí no meu aniversário ele fez a mesma coisa, só que mais sofisticado, porque ele encomendou uma torta com meu nome e tudo. Foi lindo! Eu descobri que o amor é feito dessas pequenas gentilezas, pequenas que se tornam tão grandes e significativas quanto você sente que a pessoa está fazendo de coração.





Isso eu fiz no aniversário dele. As próximas fotos são do que ele fez no meu aniversário. :)




Muita coisa aconteceu e foram muitas as dificuldades que eu não vou destrinchar aqui...mas resolvemos que nos conheceríamos e foi o que aconteceu. Eu embarquei rumo ao Egito no dia 11 de março desse ano, vim com minhas amigas e quando cheguei no Cairo a primeira imagem que tive foi dele dando tchauzinho e correndo pra mim. Não pareceu a primeira vez, pareceu que sempre estivemos juntos ... Casamos dia 23 do mesmo mês. Isso é apenas o básico, os detalhes de toda essa história são muitos e não serão expostos aqui. Quem nos conhece sabe.
O Mohamed sempre me respeitou. Eu nunca tive motivos para desconfiar de qualquer coisa, mesmo sendo muito pé no chão. Eu sei que uma história pra dar certo precisa de duas pessoas em sintonia. E eu acredito na nossa sintonia.


Desde que eu vim e nos casamos o Mohamed costuma dizer que nós vencemos, que o amor venceu. Eu sou mais cautelosa, eu digo pra ele que ainda não vencemos. Vencemos uma barreira, que foi a distância. Teremos ainda dificuldades diárias a vencer, como as diferenças e todas as outras barreiras culturais e de costumes. Mas estamos aí na luta. Eu não sei nada sobre o futuro, mas eu estou aqui por ele e ele está aqui pra mim e eu acredito muito em nós dois.

A fase de prints no Skype passou. Nossas fotos agora são assim....







Eu sou dessas que acredita no amor...que ele é construído por duas pessoas que tem um sentimento verdadeiro e querem ficar juntas, que estão dispostas a lutar por isso, com coragem e sem mentiras.

Um grande beijo no coração de cada um de vcs.

Meu ponto de vista

Olá meninas (e meninos)...Tudo bem com vcs?
Demorei mais voltei!

O que eu quero falar pra vcs hoje é que tudo o que eu escrevo aqui são as minhas impressões, minhas opiniões pessoais e minhas ideias. Eu sou e sempre fui muito honesta e sincera com tudo e não vou mudar agora. Eu sou aquele tipo de pessoa que tem o dom de parecer estar sendo grossa, quando pra mim eu estou falando normalmente. Não levem pro lado pessoal, esse é o meu jeito. Quem me conhece de verdade sabe que mesmo parecendo meio bruta algumas vezes, na verdade eu sou um amor de pessoa, hahaha. Eu estou falando isso porque tenho a sensação de que algumas meninas do Facebook não gostam da maneira como eu lido com as coisas e como me posiciono diante dos fatos. Eu só queria dizer que gostando ou não eu vou continuar agindo assim, pois algo que eu sempre prezei foi a minha personalidade.

Voltando ao assunto do blog, que é a minha vida aqui na Arábia, o que eu posso dizer é que pra mim está sendo uma experiência boa. Eu li muito sobre o país antes de vir. A maior parte das opiniões que li foram negativas, talvez pelo fato de que muita gente já vem pra cá como eu vim: com medo! Medo por conta das opiniões negativas de gente que muitas vezes nem esteve aqui e omite um parecer preconceituoso baseado em opiniões de terceiros. Por isso eu vim com medo, mas com a mente e o coração abertos para o que encontrasse por aqui. E o que encontrei foi bom, graças a Deus. Claro que há algumas restrições e eu tenho que segui-las, emburrada, algumas vezes, mas já descobri que eu fico mais bonita quando estou de bom humor, por isso estou lidando com as partes ruins da melhor maneira que eu posso, hahahaha.

Eu gosto da cidade, é limpa, tem tudo, é organizada e as pessoas não ficam me olhando como se eu fosse de outro planeta, mesmo eu destoando dos nativos. Eu gosto da ideia de estar vivendo aqui apenas com meu marido, longe das nossas famílias e do julgamento das pessoas. E aliás, essa foi uma decisão minha, tomada antes mesmo de ir para o Egito, mesmo sem ter a certeza se eu me casaria ou não com o Mohamed, já que eu vim pensando na possibilidade de talvez as coisas não serem como eu gostaria...talvez eu não gostasse dele ou ele não gostasse de mim, pq uma coisa é vc falar com alguém pelo Skype todos os dias, outra coisa é você encontrar com essa pessoa cara a cara. Eu pensei na possibilidade de não gostarmos um do outro ou sei lá o quê...mas no fim deu tudo certo. Então antes de vir nós decidimos que se nos casássemos iríamos morar aqui em Ryiadh, pelo menos por algum tempo, já que é aqui que ele tem o trabalho dele. Eu nunca cogitei a possibilidade dele ir para o Brasil. O custo de vida no Brasil é muito alto, em Brasília pior ainda, ele iria demorar muito tempo até aprender a falar Português e poder arrumar um emprego e me desculpem as feministas, mas eu não nasci pra sustentar homem! Morar no Egito, a princípio, também não era uma opção, primeiro pela situação política e econômica de lá, o Mohamed já havia deixado o país pq ganhava pouco, não teria nenhuma lógica voltar. Além do mais, eu nunca quis morar perto de família. Eu sei como é a cultura deles e quando vcs ouvirem alguém falando que a família se mete na vida do casal, pode acreditar que é verdade. E quando eu digo família não estou falando apenas de pai e mãe, eu estou falando de pai, mãe, irmãos, tios, primos, cunhados, gato e papagaio. Sem exagero, mas é assim que é! Eu nunca quis isso pra mim. Foram por essas razões que decidimos que Ryiadh seria a melhor opção para o nosso início de vida.

Eu percebi que viver aqui não é tão complicado assim e eu já começo a me sentir em casa. Claro que o fato de que a minha vida no Brasil era do trabalho para casa ajudou bastante nessa minha adaptação. Nunca gostei de festas, bagunças ou bebedeiras, aliás sempre achei isso um horror! As leis aqui são rígidas e como as pessoas sabem disso ninguém se atreve a roubar, matar ou agir em desacordo com as normas, pois sabem que a punição é severa. Isso torna a cidade muito segura.
Ontem eu estive na Embaixada do Brasil aqui em Riyadh e fui muito bem recebida pelos funcionários. Conheci a vice-consul que é um amor de pessoa. Conversar com ela me deixou ainda mais segura em relação a minha estadia aqui no país. Ela me confirmou o que eu já sabia, os mutawas, que é a "polícia da moral e dos bons costumes" digamos assim, eles costumam pegar pesado mais com as sauditas, com as estrangeiras é mais tranquilo. Se eu estiver andando por aí sem o hijab e eles me virem, provavelmente vão se dirigir ao Mohamed e nunca a mim, e vão instruí-lo para que eu cubra os meus cabelos. Eu creio que isso não será necessário, tendo em vista que eu não me sinto muito à vontade em ficar me mostrando, estando em um país onde as mulheres nativas só mostram os olhos. É muito estranho. Até aqui esse tem sido o único inconveniente. O resto é tranquilo. A vida segue calma como eu gosto....

O local onde fica a Embaixada é muito bonito. Em um mesmo local, com uma segurança e um controle bastante eficiente, ficam todas as representações estrangeiras aqui no país. Eu tirei algumas fotos pra mostrar pra vcs. Desculpem a qualidade. As fotos foram tiradas de dentro do carro e o vidro acaba comprometendo um pouco a imagem.






Eu, linda! :D




E algumas fotos lá do local onde ficam as Embaixadas.


















 Vejam bem pessoas, de maneira alguma eu quero fazer parecer que a vida aqui é só alegria, claro que tem os pontos negativos também e quem me conhece sabe bem de qual ponto negativo eu estou falando. Mas isso não será discutido aqui. As pessoas vivem como querem e mesmo que eu não seja adepta de determinadas crenças ou opiniões, eu respeito o direito de quem é.
Um grande abraço e até a próxima.