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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Ferias no Brasil

E finalmente depois de mais de 3 anos, voltei ao Brasil!
Pense numa pessoa que estava agoniada...gente eu estava doente de saudade, uma necessidade tao grande de voltar e de rever todo mundo que nem sei dizer. E foi tao bom, eu voltei de la tao leve que sei que agora posso ficar mais 3 anos sem ir e vou ficar bem, com as reservas de vitamida D e de amor recarregadas (sim, pq pouco antes de viajar eu fui parar no medico com deficiencia de vit. D e pode parecer estranho pq se tem uma coisa q tem muito aqui na Arabia eh sol, mas justamente por ser tao forte as pessoas acabam evitando se expor e com isso acontecem esses problemas de falta de vitamina.)
So fomos Julia e eu, pq habibi precisou ficar trabalhando. Mesmo assim foi bom, pq eh o meu pais, o meu povo e era importante que a Julia conhecesse essa parte dela tb. No inicio fiquei preocupada achando que ela iria estranhar tudo, mas tive a grata surpresa de perceber que essa menina tb eh nordestina arretada, minha gente! kkkk Ela amou tudo, aproveitou muito, experimentou de quase tudo e gostou de tudo que provou. Qd saiu aqui da Arabia so falava "papai" (sim, eh humilhante! kkk) mas voltou do Brasil falando quase tudo e em portugues. Ela agora fala ate "oxente" igualzinha a mae, com sotaque :) E eu que vivia reclamando que ela nao falava mamae, agora fala o tempo todo, passa o dia inteiro me chamando. Problema eh com habibi, ela fala as coisas e ele nao entende nada! Virei tradutora.
Muita gente me perguntou o que eu senti quando cheguei ao Brasil...Primeiro de tudo que eh muito bom ouvir todo mundo a sua volta falando portugues, essa sensacao, ja no aeroporto em SP foi tao boa. Depois o carinho da familia, dos amigos, o aconchego do "lar", que nao eh mais meu lar de verdade, mas vai ser sempre aquele lugar onde eu sei que vou sempre poder voltar se alguma coisa acontecer. Sensacao de PERTENCIMENTO. Ver a Julia interagindo com minha mae, com minhas irmas e sobrinhos...eu fiquei toda orgulhosa por ela tambem ter se sentido em casa e ter conquistado todo mundo no primeiro dia. E as comidas? Ai meu Deus, como eu comi (e Julia tb)...comi muuuito, matei a vontade e a saudade de comer tudo que as vezes eu tanto desejava aqui e nao tinha!
Viajamos pro Brasil no final de junho e voltamos pra ca na metade de setembro. Foram varias semanas e tb confesso que no final ja estava doida pra voltar. Normal. Principalmente pq a Julia adoeceu, eu tb passei mal la e me deu um medo tao grande, nao foi necessario ir ao medico, mas tive receio de que algo grave acontecesse e ainda estivessemos la. Nao preciso nem falar da questao da saude no Brasil. E da seguranca tb...muitas vezes, pricipalmente em Brasilia, eu senti medo. Medo de ser assaltada ou sofrer qualquer outro tipo de violencia. Eu voltei a ser vigilante no tempo em que estive la. Eh ruim demais! Hoje em dia acho que sempre vou preferir qq lugar onde eu possa andar sem medo, mesmo com outros pontos negativos, a ter que viver como se vive no Brasil, em um constante alerta e sempre com o sinal de perigo ligado,

Explorando o jardim da vovo


Banho de mangueira


Amigas de infancia

Ela nao tem medo de nada!

Luar do sertao....pura poesia!

Melhor amiga 


Voltamos pra casa com a mala cheia de comida, livros e saudade, mas com aquela sensacao de dever cumprido. Foi otimo ir, foi otimo voltar e eh isso que eh a vida...essa constante falta de algo, se estamos aqui sentimos falta do que esta la, se estamos la, sentimos falta do que esta aqui...Paciencia!

Talvez a gente nao fique mais muito tempo na Arabia. Confesso que estou satisfeita com a possibilidade, pq depois que voltei do Brasil senti falta de ter mais liberdade. E estou inquieta, esperando pra viver coisas novas e diferentes. Espero que tambem sejam coisas melhores...InshAllah!

Um abraco a todos!

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Chove chuva...

Ja estamos em maio e depois de 3 anos aqui, esse foi o primeiro ano que tivemos uma temporada de chuvas bastante "intensa" pros padroes do deserto. Pra mim foi uma grande novidade a quantidade de chuvas, motivo de muita felicidade. Mesmo agora em maio, ja com as temperaturas mais elevadas e o ar condicionado ligado, ainda ontem choveu bastante.
Claro que eu tinha que trazer aqui pro blog algumas dessas imagens (da internet). Um dia nao vou mais estar na Arabia e com certeza vou sentir muita falta de tudo isso.





 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A crise bateu na nossa porta...

Ola, minha gente! Voltei, depois de varios meses sumida.
Aconteceu muita coisa e eu vou explicar tudo.

Como algumas pessoas devem saber, ano passado houve uma crise aqui no Oriente Medio. Nada comparado as crises que vemos no Brasil ha tempos, mas uma crise que abalou muita coisa, muita gente perdeu emprego e teve que voltar pros seus paises e com a gente nao foi muito diferente. 
Desde o comeco do ano passado meu marido estava preocupado pq varios amigos ficaram desempregados e ele estava meio que com uma espada na cabeca, aquele receio de que pudesse acontecer com ele tb. E como a gente sabe, se algo pode dar errado, provavelmente vai dar errado e foi o que aconteceu. Em outubro a noticia fatidica chegou pra gente: marido desempregado. Que agonia! Que tormento! Nos fomos vendo os dias passando, as semanas, os meses...sim, minha gente, MESES...e Mohamed deixando curriculo em tudo quanto eh lugar e nada. Fazendo entrevistas e nada. Varios amigos dele tambem desempregados. Alias, o setor que ele trabalhava no Banco foi fechado, entao todo mundo foi pra rua. Uma tristeza. 
Apesar das dificuldades, a gente nao queria ir embora, porque nossas opcoes nao eram boas. O Egito daquele jeito, amigas que vivem la me contando que as coisas subiram um absurdo de preco, alem de caras, muita coisa faltando nos supermercados, itens basicos, como acucar, por exemplo. No Brasil entao nem se fala na bagunca que esta: desemprego, violencia, falta de perspectiva....Impossivel. Entao continuamos por aqui e depois de 6 meses, finalmente algo bom apareceu. Mohamed esta trabalhando em outro Banco e as coisas comecam a entrar nos trilhos agora.
Foram seis meses muito complicados, pra quem vive de aluguel e tem crianca, nao foi nada facil. Eu perdi o rumo. Nao conseguia me concentrar em nada e nao tinha como vir aqui falar sobre isso, nao por nao querer que as pessoas soubessem, eu so nao tinha condicoes de falar mesmo, apesar que meus amigos proximos todos sabiam e me deram muita forca (sou muito grata pelos amigos que tenho). Mas, gracas a Deus, a fase ruim passou. E eu ate me lembrei agora de uma musica do Belchior (ando sentimental e me sentindo com a alma em luto, ele sempre foi um dos meus cantores preferidos e faleceu semana passada), lembrei da musica que diz o seguinte: "Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte, porque apesar de muito moco me sinto sa e salvo e forte...e tenho comigo pensado Deus eh brasileiro e anda do meu lado e assim ja nao posso sofrer no ano passado. Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro...ano passado eu morri, mas esse ano eu nao morro!"

A vida segue...com batalhas, licoes, aprendizados e novas historias pra contar.
E antigas tambem...lugares e "causos" que ainda nao contei, mas que volto pra contar depois.

Um grande abraco a todos.